Ainda
mais
extraordi
nária

A lenda do minhocão existe em diversas partes do Brasil: Santa Catarina,
Paraná e São Paulo, aos quais Fritz Müller se referia, mas também em Goiás,
Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Bahia, por exemplo. Em cada época,
lugar e mente, ela tomou formas diferentes: para alguns, o minhocão é
meio serpente, meio peixe. Fritz também pensava que pudesse se tratar de
um grande peixe com pulmões, parente da piramboia ou de um similar
extinto.​

Ele ainda está por aí! Ouça a Dona Nilza, ribeirinha do Rio Paraguai, no
Pantanal Sul-mato-grossense. Para ela, o minhocão é real e faz parte do
cotidiano – desde o tempo do seu bisavô. Dá sentido às coisas estranhas
que acontecem ao redor de sua casa e um conforto diante do
desconhecido, por mais temido que seja. Ela concorda com Fritz: o
minhocão merece ser estudado.

Se você não acredita em minhocão, nem é um biólogo que pretende
quebrar o encanto com explicações sobre alguma confusão ou possível
nova espécie, nem um antropólogo que o analisa para compreender uma
cultura, há algo mais que você pode fazer com a lenda: celebrá-la! O folclore
encanta, intriga, assombra, diverte, educa, reúne. É um mergulho na cultura
de um povo e uma riqueza a ser passada adiante. Sem diversidade cultural,
viajar física ou mentalmente pelo mundo – ou por seu próprio lugar – ficaria
muito sem graça.