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Descubra curiosidades sobre a diversa família
das bromélias, a que Fritz Müller se dedicou
nos últimos anos de vida, com a ajuda dos
netinhos.

Vriesea friburguensis
Crédito: Suzana Alcantara

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Tillandsia stricta
Crédito: Suzana Alcantara

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Tillandsia stricta em fios elétricos
Credito: Suzana Alcantara

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Dyckia minarum
Crédito: Suzana Alcantara

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Neoregelia cf. johannis
Crédito: Suzana Alcantara

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Alcantarea imperialis
Crédito: Suzana Alcantara

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Tillandsia gardneri
Crédito: Juliana de Paula-Souza

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Vriesea cf. incurvata
Crédito: Mario Steindel

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Edmundoa lindenii
Crédito: Mario Steindel

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Vriesea sp
Crédito: Mario Steindel

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Aechmea blanchetiana
Crédito: Fernanda M. C. Oliveira e Raoni Lorizolla Cordeiro

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Nidularium inocentii
Crédito: Fernanda M. C. Oliveira e Raoni Lorizolla Cordeiro

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Aechmea nudicaulis
Crédito: Fernanda M. C. Oliveira e Raoni Lorizolla Cordeiro

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Aechmea comata
Crédito: Fernanda M. C. Oliveira e Raoni Lorizolla Cordeiro

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Bromélias

Diversidade I

Vriesea gigantea

As bromélias foram a paixão de Fritz nos seus últimos 7 anos. Morreu delirando
sobre elas. Darwin já não vivia, mas teria gostado de saber de toda a sua
diversidade – ainda a ser nomeada e encontrada, até os dias de hoje. Fritz
descreveu várias espécies, além de estudar a fauna associada a essas plantas
(veja o cartaz “Cheias de Vida”).

As duas espécies de bromélias do jardim da De Repente, Extraordinária!
pertencem ao mesmo gênero, Vriesea. Achou-as parecidas? Fritz dizia que
só era possível distinguir certas bromélias ao estudá-las. Quantas diferenças
entre as duas você consegue encontrar?

Ilustração de Fritz, em seu último ano de
vida: partes de bromélia Vriesea
corcovadensis.*

*Do artigo “Algumas observações sobre
bromeliáceas”, de Fritz Müller, publicado
na Alemanha em 1897.

Bromélias

Diversidade II

Vriesea platynema

Carlos Pontalti

Com idade já avançada, Fritz fazia suas excursões diárias acompanhado pelos
netos Hans e Fritz Lorenz (Fritzie), com cerca de 11 e 9 anos. Eram eles que
localizavam as bromélias no alto das árvores e as escalavam para coletá-las. [Pois
é, conseguir espécimes para estudo também dá trabalho!]. Eles sabiam
identificá-las e, não só ajudavam o avô nos cruzamentos experimentais entre
diferentes espécies, como também criavam suas próprias bromélias híbridas no
jardim de Fritz. Fazer ciência pode ser divertido!

Hans e Fritz Lorenz
imitando a pose do avô,
por volta de 1893.*

* In WEST, D. A. Darwin’s Man in Brazil: The Evolving Science
of Fritz Müller. University Press of Florida, 2016. p. 203.

Olhe para cima! Você já reparou nas bromélias que crescem no topo de
diversas árvores? Já viu “barba de velho”, que também é bromélia? E
aquelas que crescem nas pedras e até na rede elétrica? Cerca de 30% das
espécies dessa família também podem crescer no solo, como as que você
vê no jardim da De Repente, Extraordinária!

Afinal, há larvas do mosquito
da dengue nas bromélias?

Neoregelia cf. johannis
Neoregelia cf. johannis
Crédito: Suzana Alcantara

Aedes
aegypti

nas
bromélias?

Você já deve ter ouvido falar que a água acumulada entre as folhas das
bromélias pode abrigar ovos e larvas do temido mosquito Aedes aegypti,
transmissor de doenças como dengue, zika e chikungunya. Talvez até tenha tido
que remover essas plantas do seu jardim. Mas, antes de correr para eliminar
todas as bromélias que encontrar, saiba que o risco que elas representam
depende de onde elas estão.

Pesquisadores da UFSC* monitoraram 3.998 indivíduos de 16 espécies de
bromélias no principal campus da universidade em Florianópolis, de abril a
novembro de 2021. 665 apresentaram larvas de insetos em seu tanque –
inclusive, de pernilongos e muriçocas, mas nenhuma do mosquito da dengue.

Quando frequentada por uma fauna diversa, as bromélias se tornam uma
péssima incubadora para o Aedes aegypti. Pode até haver ovos ou larvas, mas,
dificilmente, eles chegarão a se desenvolver. Tudo indica que, com tanta matéria
orgânica no tanque, o caldo fique ácido demais para essa espécie. Além disso,
não é fácil sobreviver com tanta competição e predadores. Mais um motivo para
manter as bromélias onde elas precisam estar, já que muitíssimos animais
dependem delas. (Veja o cartaz “Cheias de Vida”.)

Fora do seu ambiente natural, sem o contato com os outros animais que
depositam matéria orgânica no seu tanque ou se alimentam de larvas, é mais
difícil garantir que o Aedes não vá se criar ali. Por isso, nesse caso, a
recomendação da Vigilância Sanitária de Santa Catarina é sempre optar por
espécies de plantas que não acumulem água entre suas folhas.

*O estudo está sendo realizado pelos graduandos em Ciências Biológicas Janaina Vedana Pereira, Liridiane Pilar e
Raoni Lorizolla Cordeiro, supervisionados pelo biólogo Allisson Jhonatan Gomes Castro e pela profa. Fernanda M. C.
Oliveira. As informações aqui apresentadas, fornecidas por Fernanda M. C. Oliveira e Allisson J. G. Castro, provêm
desse estudo.