Charles
Darwin

Charles Robert Darwin veio ao mundo em 1809, em Shrewsbury, oeste da
Inglaterra, numa família de empresários, médicos e intelectuais.

Na infância e na juventude, era movido pela curiosidade e pelo prazer de
entender assuntos complexos – mas do seu jeito. Ele se entediava com as aulas
tradicionais. Preferia discutir ciências naturais com os colegas, ajudar o irmão
em seu laboratório de química, fazer excursões na natureza e ler livros
inspiradores. Também colecionava de tudo: moedas, rochas, conchas... e os
favoritos: os besouros. Estava motivado a dar sua contribuição às ciências
naturais.

Depois de abandonar a medicina pelo desgosto com as aulas e cirurgias, Darwin
formou-se bacharel em artes. Estudou textos clássicos e cristãos, filosofia e
matemática, aos quais adicionou aulas de botânica e a amizade com
professores. O plano era se tornar clérigo da Igreja Anglicana. Mas tudo mudou
quando, com a indicação de um professor, foi convidado a viajar a bordo do
veleiro HMS Beagle como naturalista. Tinha apenas 22 anos.

Foi o acontecimento mais importante da sua vida. Nos cinco anos de volta ao
mundo pelo hemisfério sul, coletava e catalogava materiais e fazia anotações.
Passou por Salvador e pelo Rio de Janeiro, onde ficou encantado com a floresta
tropical e chocado com a escravidão, que abominava. Enquanto isso, refletia
sobre o que via em todas essas terras tão diferentes. Afinal, de onde vinha tanta
diversidade? As observações e experiências se transformaram nos seus
primeiros trabalhos e no esboço da sua famosa obra sobre a origem das
espécies, que levaria duas décadas para ser publicada.

Aos 33 anos, Darwin se mudou para o campo nos arredores de Londres, onde
permaneceu até o fim da vida, dedicado a suas pesquisas. Seus problemas de
saúde o deixavam muito indisposto. Por isso, raramente saía de casa. Trabalhava
cercado pela família, que também se envolvia com seus experimentos. No
tempo livre (pois nem Darwin era de ferro), divertia-se com os filhos, passeava
com os cães e deleitava-se com a literatura. Por trás daqueles retratos sisudos do
século 19, havia um homem sociável, gentil e bem-humorado.

Charles Darwin faleceu aos 73 anos. Havia se tornado uma celebridade, graças à
popularização de ideias que conectavam fenômenos naturais de forma inédita e
questionavam o que sabíamos sobre mundo e nós mesmos. Alguns o
admiravam, outros o rechaçavam. Ele refletia e melhorava os argumentos,
confiando nesse caminho mesmo quando as conclusões conflitavam com suas
próprias crenças. Não foi por acaso que ele se tornou um dos cientistas mais
influentes de todos os tempos.