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Veja o que Charles Darwin e Fritz Müller
observaram a respeito da mimosa, quando
Darwin pesquisava o movimento das plantas.

Carlos Pontalti

Mimosa

Movimento das
plantas

Mimosa pudica

As plantas se movimentam! Além de crescerem, algumas giram em direção ao
sol, abrem e fecham as flores, ou curvam-se para fixar-se a uma superfície. As
mimosas sensitivas fecham-se ao toque para sua defesa. Fritz as plantou em
casa só para responder a pedidos de informação de Darwin, que dedicou uma
obra ao movimento das plantas.

Toque uma folha e observe.
Se ela não se fechar, é porque aprendeu que você não é uma ameaça (mas
vai se esquecer em breve). Tente outra planta – ou venha num dia de chuva,
como Darwin pediu.


“Alguma espécie sensitiva de mimosa cresce na sua vizinhança? Se sim, o
senhor poderia observar se os folíolos se mantêm fechados durante uma chuva
contínua longa e quente?”
(Charles Darwin a Fritz Müller, 14/05/1877).*

Fritz respondeu quase um ano depois! Quer saber o que ele viu? Veja abaixo.

*Darwin Correspondence Project, “Letter no. 10960”, tradução livre.

Alguma espécie sensitiva de mimosa cresce na sua vizinhança? Se sim, o
senhor poderia observar se os folíolos se mantêm fechados durante uma chuva
contínua longa e quente? Observo que os folíolos se abrem se são
continuamente borrifados com água a uma temperatura de cerca de 19ºC,
mas se a água estiver a uma temperatura de 33-35ºC, elas se mantêm
fechadas por mais de duas horas e, provavelmente, mais tempo. Se as plantas
são continuamente sacudidas imitando vento, os folíolos logo se abrem. Como
é isso com as plantas nativas durante um dia ventoso?” [...]


(Charles Darwin a Fritz Müller, 14/05/1877).*



Fritz respondeu sobre isso 11 meses e 5 cartas depois, após um lembrete de
Darwin.

“Com as sementes que eu coletei em Dona Francisca**, eu cultivei algumas
plantas de uma Mimosa sensitiva, que ainda estão bem pequenas. Eu as
observei alguns dias atrás enquanto chovia (estava chovendo fazia muitas
horas), mas não muito forte, sendo 22ºC a temperatura do ar. Os folíolos
estavam meio-fechados, mas os pecíolos secundários e primários, na sua
posição ereta normal. Os folíolos estavam numa condição meio insensível, e era
preciso um toque forte para fechá-los completamente. Tocando levemente o
pulvino na base do pecíolo principal, ele curvou-se rapidamente para baixo, de
forma que sua sensibilidade não parecia estar prejudicada. Como eu não
estava muito bem aquele dia, não pude permanecer muito tempo na chuva, e
devo deixar uma observação mais completa para outra hora.”


(Fritz Müller a Charles Darwin, 05/04/1878).***


Pois é... Com pressa, não dá para fazer ciência.

*Darwin Correspondence Project, “Letter no. 10960”, tradução livre.
**Atual cidade de Joinville/SC.
***Darwin Correspondence Project, “Letter no. 11463”, tradução livre.