Na trilha
(sonora)
de Fritz

Para conhecer a natureza viva, Fritz Müller deslocava-se não só pela região
de Blumenau e pela Ilha de Santa Catarina, onde residia, mas também por
grande parte da província em direção ao norte e à serra (onde ela
terminava, a oeste) – a pé e, geralmente, descalço. Era uma jornada repleta
de informação e sensações: as formas e texturas das plantas e animais, o
solo irregular, a mata e a água que tocavam seu corpo; o perfume da terra e
das flores; os sons de plantas balançando ao vento, pássaros, insetos e
macacos, riachos, cascatas e ondas do mar; o movimento do corpo que
ajudava a colocar em marcha o pensamento. O “Príncipe dos
Observadores”, como natrilhasonora o chamava, não percebia a natureza só
com os olhos.

Siga pela trilha (sonora) de Fritz, experimente um pouco das suas sensações
e transporte-se para uma Santa Catarina parecida com a que ele conheceu,
quando a província toda tinha a população de um único município de hoje*.
Que tal ouvi-la enquanto caminha pela cidade ou viaja?

Experimente tirar os sapatos também, como Fritz – a menos que, no seu
caminho, estejam galhos secos de araucárias ou pedaços de bambu, que
machucam demais os pés. Nesse caso, ele recomenda: use sandálias.



Escolha uma faixa e imerja numa paisagem sonora da Mata Atlântica,
com todos os sons dessa floresta exatamente como ela é, em diferentes
momentos do dia.

Elas foram registradas no Parque Estadual da Serra do Tabuleiro (PAEST),
em Imaruí/SC, no verão de 2019, pelo Laboratório de Ornitologia e
Bioacústica Catarinense (LabOAC) da UFSC (responsável pelas gravações:
Dr. Andrei L. Roos).